quarta-feira, 1 de maio de 2013

A nossa história...


A Achadinha é uma das mais antigas localidades atual do Concelho de Nordeste, a ela se refere o cronista maior dos Açores, Gaspar Furtuoso.
A fixação de pessoas nesta localidade remonta no entanto ao período do Povoamento, quando aqui chega um homem vindo da Serra da Estrela. Este construiu a sua fazenda e iniciou o caminho para a construção de Achadinha, tratando se assim o primeiro fundador desta Freguesia.
Por volta do século XVI a Freguesia de Achadinha tinha 123 pessoas que habitavam em 43 fogos, pois este era o número de habitantes. Neste mesmo século foi construído um pequeno templo em honra da sua Padroeira, Nossa Senhora do Rosário, cuja festa principal realizava se todos os anos em 8 de Setembro. Nesta altura o Padre desta Freguesia, o primeiro vigário era o Pêro Vieira. No século XIX este pequeno templo foi substituído pela actual igreja de três naves.
Se recuarmos no tempo, a tendência, é a diminuição de vias de comunicação, havendo contudo trilhos que por vezes chegaram até aos nossos dias. Por eles passaram várias gerações de homens e mulheres, tendo século após século, ligado a terras e familiares. Se partirmos, na actualidade das populações da Nossa Senhora do Rosário de Achadinha, temos que percorrer a muitas outras comunidades da Ilha de São Miguel, construindo se desta forma uma rede de ligações entre pessoas e localidades.
A Achadinha no século XVII não deixa de ser um pequeno povoado da Ilha de São Miguel, distante de tudo e de todos, dos grandes centros urbanos como o da Vila Franca do Campo e o de Ponta Delgada. Era uma terra onde o isolamento se fazia sentir, o inverno era forte, as pessoas viviam do que a terra produzia, a população não sabia ler nem escrever, as pessoas viviam em casas simples, cobertas de colmo e o seu interior de terra batida. Os habitantes na maioria dos casos andavam descalços, vestiam roupas grosseiras, feitas de linho produzido neste povoamento, enfim era um lugar longe dos grandes centros naquela altura, mas mantinha um circuito de movimentos de pessoas da zona nascente da Ilha de São Miguel.
Nos primeiros anos do século XVIII irá encontrar um médico cirurgião nascido na cidade de Veneza, Itália de nome Dionísio Marcondes natural de São Bartolomeu casou a 6 de Dezembro de 1709 na Igreja Nossa Senhora do Rosário com Maria Vieira filha de Manuel Váz Cogumbreiro.
Foi nesta Freguesia que desembarcaram as tropas liberais, sitio à zona do pesqueiro, comandadas pelo General Conde de Vila Flor.
A Freguesia ao longo dos últimos séculos tem sido habitada por pessoas de diferentes origens da Ilha de São Miguel e de outras que chegaram do exterior e que casaram na igreja Nossa Senhora do Rosário. Na Achadinha nasceram homens e mulheres que levaram os apelidos dos familiares para outras paragens e que foram muitas vezes filhos de ilustres desta terra, como Júlio Pacheco, Maria José Correia Cabral, Emília Mendonça, Adelaide correia Monteiro, Adelaide Batista, Adelaide Freitas e o escritor João de Melo.
Antigamente as pessoas desta Freguesia dedicavam-se à cultura do trigo, milho, beterraba e ao cultivo de batata. Hoje em dia esta Freguesia é composta por 550 habitantes e dedica-se mais à Agropecuária, criando gado leiteiro e gado de carne.
E, foi assim que começou a Freguesia de Achadinha, tendo ela a sua história como todas as outras Freguesias, Vilas e cidades. Hoje esta Freguesia continua com uma geração nova e também continua a ser uma das tão lindas Freguesias do Concelho de Nordeste.


A história da Freguesia foi retirada do Álbum Nordestense do autor Dr. José de Almeida Mello.
Fonte: http://www.achadinha.net/index.php?option=com_content&view=article&id=6&Itemid=13

2 comentários:

  1. Corrigindo informações erradas : Dionisio Marcondes foi batizado na Igreja de São Bartolomeu em Veneza, onde nasceu. Ele se casou com Maria Vieira na Igreja do Rosario no dia 10 de abril de 1709. Originalmente o sobrenome de Dionisio era Marcone. Marcondes é o aportuguesamento de Marcone.

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