A
Achadinha é uma das mais antigas localidades atual do Concelho de
Nordeste, a ela se refere o cronista maior dos Açores, Gaspar Furtuoso.
A
fixação de pessoas nesta localidade remonta no entanto ao período do
Povoamento, quando aqui chega um homem vindo da Serra da Estrela. Este
construiu a sua fazenda e iniciou o caminho para a construção de
Achadinha, tratando se assim o primeiro fundador desta Freguesia.
Por
volta do século XVI a Freguesia de Achadinha tinha 123 pessoas que
habitavam em 43 fogos, pois este era o número de habitantes. Neste mesmo
século foi construído um pequeno templo em honra da sua Padroeira,
Nossa Senhora do Rosário, cuja festa principal realizava se todos os
anos em 8 de Setembro. Nesta altura o Padre desta Freguesia, o primeiro
vigário era o Pêro Vieira. No século XIX este pequeno templo foi
substituído pela actual igreja de três naves.
Se
recuarmos no tempo, a tendência, é a diminuição de vias de comunicação,
havendo contudo trilhos que por vezes chegaram até aos nossos dias. Por
eles passaram várias gerações de homens e mulheres, tendo século após
século, ligado a terras e familiares. Se partirmos, na actualidade das
populações da Nossa Senhora do Rosário de Achadinha, temos que percorrer
a muitas outras comunidades da Ilha de São Miguel, construindo se desta
forma uma rede de ligações entre pessoas e localidades.
A
Achadinha no século XVII não deixa de ser um pequeno povoado da Ilha de
São Miguel, distante de tudo e de todos, dos grandes centros urbanos
como o da Vila Franca do Campo e o de Ponta Delgada. Era uma terra onde o
isolamento se fazia sentir, o inverno era forte, as pessoas viviam do
que a terra produzia, a população não sabia ler nem escrever, as pessoas
viviam em casas simples, cobertas de colmo e o seu interior de terra
batida. Os habitantes na maioria dos casos andavam descalços, vestiam
roupas grosseiras, feitas de linho produzido neste povoamento, enfim era
um lugar longe dos grandes centros naquela altura, mas mantinha um
circuito de movimentos de pessoas da zona nascente da Ilha de São
Miguel.
Nos
primeiros anos do século XVIII irá encontrar um médico cirurgião
nascido na cidade de Veneza, Itália de nome Dionísio Marcondes natural
de São Bartolomeu casou a 6 de Dezembro de 1709 na Igreja Nossa Senhora
do Rosário com Maria Vieira filha de Manuel Váz Cogumbreiro.
Foi nesta Freguesia que desembarcaram as tropas liberais, sitio à zona do pesqueiro, comandadas pelo General Conde de Vila Flor.
A
Freguesia ao longo dos últimos séculos tem sido habitada por pessoas de
diferentes origens da Ilha de São Miguel e de outras que chegaram do
exterior e que casaram na igreja Nossa Senhora do Rosário. Na Achadinha
nasceram homens e mulheres que levaram os apelidos dos familiares para
outras paragens e que foram muitas vezes filhos de ilustres desta terra,
como Júlio Pacheco, Maria José Correia Cabral, Emília Mendonça,
Adelaide correia Monteiro, Adelaide Batista, Adelaide Freitas e o
escritor João de Melo.
Antigamente
as pessoas desta Freguesia dedicavam-se à cultura do trigo, milho,
beterraba e ao cultivo de batata. Hoje em dia esta Freguesia é composta
por 550 habitantes e dedica-se mais à Agropecuária, criando gado
leiteiro e gado de carne.
E,
foi assim que começou a Freguesia de Achadinha, tendo ela a sua
história como todas as outras Freguesias, Vilas e cidades. Hoje esta
Freguesia continua com uma geração nova e também continua a ser uma das
tão lindas Freguesias do Concelho de Nordeste.
A história da Freguesia foi retirada do Álbum Nordestense do autor Dr. José de Almeida Mello.
Fonte: http://www.achadinha.net/index.php?option=com_content&view=article&id=6&Itemid=13
Corrigindo informações erradas : Dionisio Marcondes foi batizado na Igreja de São Bartolomeu em Veneza, onde nasceu. Ele se casou com Maria Vieira na Igreja do Rosario no dia 10 de abril de 1709. Originalmente o sobrenome de Dionisio era Marcone. Marcondes é o aportuguesamento de Marcone.
ResponderEliminarObrigado pela informação.
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